terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sessão superação: aceitar a liberdade do outro

Acho que para nós, os ciumentos, a coisa mais difícil é entender e aceitar que não podemos cortar as asas do outro. Parece fácil falar sobre liberdade, mas quando o assunto é colocar em prática, a coisa se torna bem difícil. É difícil aceitar que o nosso parceiro/parceira saia sozinho, que tenha seu mundo, seu espaço. A gente se come por dentro, parece que quando eles saem de perto, debaixo da nossa vista, ficamos sem chão, sem rumo. É uma sensação de dependência fud... Acho que isso passa primeiro por não sabermos definir o nosso próprio espaço, nosso próprio limite, até onde deixamos o outro participar da nossa vida, pois achamos que ao darmos tudo ao outro, ou seja, ao dar a nossa atenção, nossas informações, nosso espaço, nosso dia,  o outro nos dará também, mas não é assim que a banda toca!

Estou aprendendo que nem tudo se compartilha, estou aprendendo que é ótimo ter meu tempo e meu espaço. No meu caso, eu sou um exemplo de quase esquizofrenia. Quando estou solteira consigo estar super feliz desfrutando do meu espaço, meus amigos, minha própria vida, mas à partir do momento em que eu me apaixono, parece que meu mundo se desfaz e se transforma no mundo da outra pessoa. Na verdade, nesta minha atual relação, eu deixei tudo para estar com o amado, deixei país, família, amigos, trabalho, tudo. O que aconteceu? Fiquei sem meu mundo particular. Depois de muito chororô e dor de estômago (sofro de gastrite), comecei a construir minhas coisinhas e pouco à pouco vou aceitando mais o espaço do outro, vou buscando entender que é preciso espaço para respirar, que é preciso liberdade para ser quem se é e amar outra pessoa.

Acho que à medida que vamos amando as pequenas e grandes coisas do nosso próprio mundo, vamos amando mais a nós mesmos e nos dando pouco direito a mendigar o amor do outro e, para além disso, vamos saboreando o gosto da liberdade, e se amamos, vamos querer que o nosso amor se delicie com esse sabor também.

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